quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

ESPERANÇA - FELIZ ANO NOVO







Esperança

Lá bem no alto do décimo segundo andar do ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
- Ô, delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança ...
E em torno dela indagará o povo:
- Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(é preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá, bem devagarinho para que não esqueçam
- O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA ...

de Mário Quintana
________________________

Escolhi este pequeno poema porque nenhum outro podia ser mais apropriado no momento. Estamos também nós no décimo segundo andar do ano, o último ... mais uns dias e começa tudo novo, de novo.
Porém, desta vez eu quero e vou fazer diferente.
Não vai ser o meu, mais um reveillon, igual a tantos outros. Abraços, beijos, amigos, festa ... tudo isso continua válido, mas eu mudei, e comigo mudou a minha forma de estar na vida.
Portanto, além do que foi acima citado, eu pretendo conhecer mais de perto essa louca do décimo segundo andar, e ser como ela, sempre criança ... eu achava que já o era, mas descobri que preciso de o ser mais ainda, mais e mais criança, mais e mais cheia de esperança.
Quero estar consciente do meu poder mais do que nunca, e tirar partido de tudo quanto posso fazer por mim mesma e pelos outros.
Vale tudo ... simpatias, rituais, preces, meditações ... só sei que no momento da virada eu quero estar conectada com toda a Energia que flui pelo Universo, inspirar alegria e expirar tudo que eu quero que fique preso aqui, em 2009.


Aproveito para desejar a todos um Feliz Ano Novo, muitas bençãos, muita saúde, paz, muitas concretizações ... e dizer que amo-vos muito, que agradeço por serem parte da minha vida, algumas de vocês há tanto tempo ... sintam-se abraçadas e beijadas, minhas amigas virtuais mais do que queridas, e que em 2010 a nossa amizade continue linda, cada vez mais sólida e verdadeira.
Beijos com xeros e amaxos :)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

NATAIS DE ANTIGAMENTE

OS NATAIS DA MINHA INFÂNCIA


Sempre me lembro, com nostalgia, dos Natais da minha infância.
Eram passados na casa do meu avô Ferreira, no Alvalade. Mesa grande, com avós, pai, mãe, irmão, tios e tias, primos e primas ... e muito barulho, alguma confusão, música e os mais velhos a beber ... a árvore de Natal tinha poucas bolas e as luzes também não eram lá essas coisas, mas nós punhamos bocados de algodão a imitar a neve e achavamos que ficava linda.
Naquele época, o nosso país atravessava uma fase difícil. Não tinhamos muitas lojas onde comprar presentes, muito menos Shoppings Centers, logo, nem eu, nem o meu irmão, ou os meus primos, ganhavamos muitos brinquedos. Mas isso não era o mais importante porque tinhamo-nos uns aos outros, havia aquele espírito de Natal que na altura era muito chamado de Dia da Família ... o dia em que todos se reuniam e esqueciam as diferenças ... o dia em que a alegria corria solta, muitos beijos e abraços, muitos votos de felicidade.
Hoje, pelo menos na minha família, tudo é diferente. Houve a partida o meu irmão para um plano superior, o divórcio dos meus pais, o desmembramento de toda a família.
O Natal deixou de ser uma festa cheia de gente, barulho e confusão ... passou a ser uma ceia calma e serena, feliz de qualquer maneira porque tenho a minha filha e a minha mãe ao meu lado ... ah, agora quase não há espaço para os presentes, principalmente para a Paloma que hoje tem o previlégio que eu não tive, que é o de ganhar os últimos lançamentos de todas essas geringonças electrónicas e seus acessórios sem fim, porque Nenucos e Barbies já não fazem parte das suas preferências, afinal, como ela mesma faz questão de me lembrar, é uma pré-adolescente.
A minha mãe sempre diz que o importante é a qualidade, e não a quantidade. E eu concordo, ela está certa. Mas mesmo assim, uma parte de mim tem muitas saudades daqueles Natais de antigamente, onde eu não ganhava tantos presentes, mas onde sentia muito mais o espírito de Natal. Espírito esse que hoje luto para manter vivo pela minha filha, e faço de tudo para que também ela um dia tenha memórias doces dos Natais da infância dela, como eu tenho dos meus. E então, assim me divido, entre a obrigação de ser feliz e a saudade dos tempos idos, das pessoas que já se foram, da família que hoje está dividida ... de tudo que se perdeu e me faz falta, mas ... sei que de passado não se vive, por isso deixo essa nostalgia nestas palavras apenas, afinal, a vida segue e todos temos que ir junto.

domingo, 27 de dezembro de 2009

HORA DE BALANÇO




Chega o fim de mais um ano e muitas pessoas tendem a sentir-se assim. Comigo, pelo menos, acontece. Parece que a VIDA exige que arrumemos a bagunça feita durante os últimos 12 meses.
Vem essa insuportável sensação de vazio mesmo estando cheia de gente em volta, barulho, acontecimentos e agitação ... frenesim de Natal, euforia de Ano Novo ... mas numa determinada hora e tempo certo, o ruído emudece ... e a realidade parece pairar sobre a minha cabeça.
O que fiz da minha vida durante este ano?
Acertei nas escolhas que fiz?
O que valeu a pena?
E principalmente, o que aprendi?
É! Ainda não tenho todas as respostas ... talvez por não gostar muito de reflectir sobre o que passou. Mas em momentos específicos, como este, é importante fazer uma retrospectiva, um balanço ...
Não! Não quero errar os meus erros, tropeçar nas mesmas pedras, e nem cair nos mesmos buracos.
Sei que a vida é isso. Cair e levantar. Errar e aprender. Mas não duas vezes no mesmo lugar.
No fim, o saldo é positivo porque EU estou aqui, e estou no palco da vida. Exactamente onde tudo acontece.
Continuo em balanço ... ainda faltam alguns dias para a virada, e espero ter todas as respostas mais claras diante de mim.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

DANÇA DA ALMA



Levanto os olhos para o firmamento pontilhado por pozinhos brilhantes ... uma imensa lua cheia decora o manto negro da noite ... a brisa que vem de longe balança-me os cabelos, traz segredos de outros tempos, sussurra aos meus ouvidos coisas que não posso entender, mas que me consolam completamente.

Quase nada tem o poder de me devolver a energia dispendida quanto esse vento no rosto ... essa sensação de ser una com o Universo inteiro ... a minha alma que dança ao sabor do tempo, batucada que não se ouve mas se sente... e então fecho os olhos, deixo pender a cabeça para a frente ... estou leve, vazia de todas as dores, e medos, e perguntas sem respostas ... veio de repente essa paz que me invade, sensação de poder recomeçar a partir de qualquer ponto.

Por isso levanto o meu corpo devagar e ponho-me a dançar ... no início não são exactamente passos de dança.
São apenas o ir e vir do corpo sem nenhum comando consciente.
Uma espécie de transe.
A música não vem de lá. Vem daqui. De dentro.
Começa lenta e vai se tornando aos poucos, mais e mais rápida, compassada, exigindo de mim a liberdade de sentir intensamente, de rir alto, de deixar as lágrimas lavarem o meu rosto também.

... Uso roupas brancas, tecido esvoaçante ... os meus cabelos negros como o azeviche dançam comigo, misturam-se a cada alegria que trago em mim, cada marca do passado, mesmo aquelas para as quais sempre evitei olhar ... nesse instante tudo se mistura, e se torna uma experiência única, e fantástica. Exaustiva, frenética e delirante ... A experiência inenarrável da vida.

Vejo rostos a minha volta, enquanto danço de olhos fechados pelas dunas daquele deserto.
Rostos amigos, rostos que estão no meu presente, no meu passado, rostos do meu futuro ...
Quem disse que o tempo é real? Ah, doce ilusão. Só o agora existe!
Passado e futuro convergem para o presente, por isso estão também ali rostos que se foram,e que me sorriem ... arrepios de emoção tomam conta do meu corpo suado, dançando sem parar, num ritmo agora quase alucinado.

Quando finalmente me deixo cair de joelhos, ofegante, agarro a areia entre as mãos, sinto-a escorrer entre os dedos,e erguendo a cabeça vislumbro os primeiros raios de sol.

Não sabia que aquele momento tinha durado tanto, uma noite inteira, mas encanta-me ver nascer o dia. Era este o símbolo do recomeço, e agora eu sabia que estava pronta, pois tinha tido um encontro incrível com a alma do mundo.

Tudo se torna possível quando simplesmente acreditamos, e mais facil quando somos capazes de sentir ao invés de entender, quanto mais tentar, inutilmente, explicar!!!

SENTIMENTO DE GRATIDÃO



Hoje ocorreu-me que sou profundamente grata a Deus por todas as bençãos que Ele já operou na minha vida, e que se fosse para enumerá-las, certamente gastaria uma infinidade de tempo pois são tantas as pequeninas grandes coisas que certamente não cabem aqui ... mas que cabem todas, sem excepção, dentro do meu coração.

No entanto, algumas coisas eu não posso deixar de referir, como ser mãe ... esta é indubitavelmente a maior benção da minha vida. Obrigada, meu Deus, pela filha linda, saudável inteligente e perfeita que Tu me deste. Nem que eu vivesse 1000 anos poderia agradecer o bastante por esta gloriosa dádiva, e se não for pedir demais, quero muito continuar a desempenhar esse papel da melhor maneira possível ... sei que me guiarás sempre no caminho certo para alcançar essa meta ...

Tem ainda o meu pai, minha mãe, minha família, amigos, amores ... amores do presente, do passado, do futuro ... amores, porque amor é sempre amor, transforma-se mas não acaba, e se acaba não era amor, então não importa nem entra nesse post ... o que importa é que tudo que é bom dura o tempo suficiente para que seja eterno, e eu sou grata por todos os momentos felizes que tantas pessoas já me proporcionaram, e mais ainda pelos que eu já proporcionei a alguém ...

Sou grata pelo Pão de todos os dias, pelo dinheiro que entra no meu caixa diariamente, por cada cliente, cada venda, cada nova conquista, cada elogio, reconhecimento ...

... nossa, como esquecer ... sou grata por ter tanta saúde, assim como a minha filha ... e força para superar as adversidades da vida ... pelo dom do perdão que ganhei de Deus, pelas amizades virtuais que fiz que têm uma importância imensa na minha vida, em especial aquelas ( elas sabem quem são ) que estão sempre presentes, que fazem parte da minha vida ... muitíssimo obrigada, de coração ...

E sou grata pela Vida em si, por poder testemunhar o milagre da vida se renovando a cada dia que amanhece, cada noite que cai ... por poder molhar os pés na água do mar, e tomar banho de sol, de lua ... por ter para quem escrever essas palavras agora, por ter o coração cheio de amor, e limpo de mágoas e afins ... por ter esperança sempre ... por viver sorrindo, por esbanjar charme e alegria, por cativar as pessoas sem me esforçar, sem fingir, sem deixar de ser eu mesma ... por poder me dar ao luxo de ser autêntica, e gostar disso, com todas as minhas qualidades e defeitos ...

Agradeço por não abandonar o meu caminho ... e por Deus não me abandonar no caminho, por encontrar sempre uma saída, um rosto amigo, um sorriso, uma palavra, uma surpresa ... por aprender com cada erro ... agradeço tanto e por tantas coisas nessa vida que, como disse, não terminaria hoje se continuasse.

E para finalizar, obrigada a você, que segue este blog, que leu esse post inteiro, que me visitou pela primeira vez, mesmo que não volte nunca mais ... obrigada a todos.

Um abraço e um beijo, com amor.

Angel.

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