Em alguns momentos da minha vida, todas as luzes se apagaram.
O céu tornou-se escuro de noite e de dia.
As sombras imperaram, grunhindo medonhamente, e um vazio abismal fez com que eu gritasse o mais estridente e ensurdecedor de todos os silêncios.
Em cada um desses momentos, eu caí e me magoei. Fiz feridas feias na alma que pareciam impossíveis de cicatrizar.
Buracos negros no âmago do meu Ser. Buracos para onde cheguei a desejar ser sugada, em algum instante onde o desespero bradou mais alto, apenas para me poder juntar ao nada, que parecia, então, ser tudo que eu tinha.
No entanto ... após cada um desses momentos de dor, sofrimento e muita confusão emocional, alguma coisa mágica sempre acabava por acontecer. Mesmo quando eu, conscientemente, já não esperava.
Essa força que a esmagadora maioria não sabe de onde vem, surgia e tomava conta de mim, pouco a pouco. Até tornar-se parte de mim mesma.
Uma força tão tamanha e poderosa, que era fácil para mim achar que fosse irreal, apenas um lugar imaginário onde eu gostava de me esconder.
Mas então eu me via a levantar-me do chão e via curarem-se cada uma das minhas feridas, lentamente as vezes, até cicatrizarem. E via também, lá ... no horizonte longínquo, a luz da esperança brilhando, brilhando, brilhando ... chamando-me até ela.
Foi dessa forma, até certo ponto difícil de explicar, que eu superei cada momento, digamos, menos feliz desta minha existência.
Hoje, tempos volvidos, eu sei que a Força que me invadia era o Bálsamo que Deus derramava sobre mim todas as vezes que eu precisei. Sei que quem me ajudava a levantar, e a recomeçar, eram os anjos celestiais que Ele designava para tal, e que a Luz da esperança que brilhava ao longe, era a centelha da Fé que sempre existiu em mim. Mesmo que eu não o soubesse, mesmo que ninguém mo tivesse ensinado. Mesmo assim, ela existia. Ela estava lá, a espera que eu reparasse, e quanto mais a notava, maior ela se tornava.
Hoje sei do que tudo isso se trata: FÉ! Sei o quanto ela pode ser poderosa, milagrosa, capaz de materializar qualquer coisa na qual acreditemos de verdade.
Tudo, absolutamente tudo que existe na nossa mente, passa a existir na nossa vida. Basta que primeiro exista na mente, mas que exista de facto, nem que seja como uma centelha pequenina. Desde que exista, desde que seja real.
A Fé não tem que ser associada a ideias religiosas, pois nem mesmo Deus vive nesta ou naquela religião. Deus, pura e simplesmente, É! E a fé é a centelha de Deus em cada um de nós. O Poder que por Ele nos foi concedido, Poder Infinito da nossa mente subconsciente que quando accionado realiza milagres inenarráveis. Ter fé é isto. É estar conectado com a Mente Superior, Universal, onde todos somos um só.
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