Boa noite, queridos. Tudo bem?
Bárbara, mais conhecida por Samora, foi vítima de um crime brutal na cidade de Luanda (minha home town), em Angola. Ainda não se tem conhecimento de todos os detalhes, visto que a tragédia aconteceu há poucos dias (30 de Maio), mas já se sabe que a mandante do crime foi uma "amiga" da vítima.
Oi? Como assim, amiga? Não dá para acreditar mesmo, é demais para a minha cabeça pensar que tem gente tão falsa, tão hipócrita e dissimulada, ao ponto de premeditar um ato hediondo como esse enquanto convive "naturalmente" com o seu alvo.
Em entrevista concedida à televisão e rádio angolanas, que você pode ver aqui , o marido da Samora, Atos, que por sinal é uma pessoa que eu conheço de longa data, apesar de não termos proximidade, revelou que a sua esposa foi almoçar com a maquiavélica Judith na véspera do crime.
No dia seguinte, logo de manhã cedo, ela deixou a sua filha na escola e seguiu para uma reunião de trabalho nos arredores da cidade. E pronto. Daí em diante ela nunca mais apareceu. Foi procurada em todos os lugares possíveis e imaginários, e a sua busca foi muito ativa nas redes sociais onde familiares, amigos, conhecidos e até estranhos, divulgaram a sua foto, pedindo por notícias. Eu fui uma dessas pessoas.
Infelizmente, volvidos estes dias, as notícias que chegaram para todos não foram nem um pouco felizes. No decorrer da investigação, a polícia conseguiu a confissão da suposta amiga, que reconheceu ter encomendado o crime e indicou o local onde se encontrava o corpo, dando detalhes de como Samora perdeu a vida. Ela foi brutalmente esfaqueada, várias vezes, sem dó, nem piedade.
E assim, rouba-se a vida de uma mulher, mãe de duas filhas com menos de 10 anos, esposa, trabalhadora e querida por todos.
Ainda não se sabe o que pode ter motivado o crime por parte dessa pessoa vil que se dizia amiga da vítima. Não se tem ideia do que pode ter acontecido, porém, embora todos queiramos saber o que faz um ser-humano descer tão baixo, não há nada, absolutamente nada, que justifique tamanha barbaridade.
Enfim, queridos, esse post não é para noticiar o ocorrido, e sim para induzir à reflexão em todos nós.
A sociedade (mundial) está gravemente doente, e isso é visível tendo em conta o circo de horrores apresentando por toda a parte.
Não me venham culpar os governos, a fome e a miséria, porque isso não me serve de justificativa. Tem muita gente pobre, que sempre teve uma vida muito difícil e nem por isso, vira marginal. Criminoso. Assassino. Além do mais, no caso da Samora, a mandante do crime, segundo consta, era alguém do mesmo nível social. Qual será então a desculpa para tal desatino?
A meu ver, o X da questão é muito mais sério e complicado. Tem a ver com valores invertidos, princípios esquecidos, cultura de ódio, de vingança, de ganância, de poder, de se dar bem sempre, passando em cima de quem estiver no caminho.
Lamentavelmente, hoje em dia, falar de amor, de paz, de perdão, reconciliação e outros conceitos assim, é um papo chato, careta, ridículo. As pessoas parecem não ter tempo para fazer nada de bom, além daquilo que fazem por si mesmas e no máximo, pelos seus, e mesmo assim, só àqueles mais próximos.
No meio de tanto egoísmo, tanto individualismo, tanta frieza, não me espanta que os seres-humanos (muitos deles) tenham perdido, justamente, a humanidade. E assim, mentem, roubam, prejudicam, caluniam, difamam, raptam, torturam, matam, tudo isso com uma perna às costas, ou seja, sem a menor dificuldade. Sem medo. Sem culpa. Sem remorso.
Aonde iremos parar? Quando o mundo acordará para a única verdade que existe, a de que o amor é a única esperança, a própria salvação?
Não é tarde demais. Todo esse caos pode ser revertido. Basta que se crie uma consciência coletiva realmente disposta a fazer a coisa certa. E para isso acontecer, a mudança tem que começar dentro de cada um, dentro de cada casa, cada família e daí para fora. Ainda podemos todos reavaliar os nossos conceitos, nossos atos nessa vida e estimular a nós mesmos bons sentimentos, bons pensamentos. Alimentar a energia do amor em todas as suas formas, e isso inclui o amor ao próximo, mesmo que não seja tão próximo.
Os pais e mães (assim como eu) têm um papel de muita importância para o futuro do mundo em que vivemos. Precisamos ensinar as crianças a diferença entre certo e errado, bem e mal. Educá-las para que sejam generosas, bondosas, e que desenvolvam a compaixão, o respeito pela vida e por toda a obra da Criação.
Não nos devemos preocupar por sermos poucos e achar que sozinhos não seremos capazes de nada. Esse tipo de pensamento apenas contribui para fortalecer a corrente do mal. Pelo contrário, preocupemo-nos em agir do lado do bem e com isso outras pessoas poderão ser contagiadas. Desta forma seremos atraídos, e atrairemos, pessoas com o mesmo padrão de pensamento. É assim que se cria uma consciência coletiva. O problema é que a consciência coletiva dominante, é negativa.
Para mudar isso, você precisa de começar hoje, agora, nesse instante. Vamos criar uma consciência coletiva positiva. Não importa se dermos passos pequenos, um de cada vez ou que de vez em quando recuemos alguns. O importante é mantermo-nos nesse caminho, sem desmoralizar, porque com fé e determinação, é possível vencer o monstro que se quer apossar da humanidade.
Este é o meu apelo hoje. Diga Não à violência. Qualquer tipo de violência. Diga SIM à vida, ao amor, à harmonia, à esperança de dias melhores.
Endereço ainda à família enlutada e amigos, as minhas mais sinceras condolências. E rogo a Deus, Pai e Espírito Santo, que lhes dê muita força espiritual para suportar a dor de um momento tão difícil.
Fico-me por aqui. Quem quiser comentar, esteja a vontade para o fazer aqui mesmo no blog. Vamos nos unir em prol de uma causa realmente justa.
Um grande beijo no vosso coração e até breve.
Um comentário:
É muito triste, toda essa situação... É mais triste ainda saber que muitas vezes não conhecemos as pessoas a quem abrimos a porta da nossa casa (coração) a quem damos acesso a nossa familia! É mais triste ainda o rumo que eu vejo a nossa sociedade tomar, de forma tão veloz... Tenho saudades, do que era o meu pais, aonde as pessoas lidavam umas com as outras pelo que elas eram e não pelo que tinham... Esse imediatismo está a matar os valores da nossa sociedade... Que saúdes do tempo em que vizinho era tio e o amigo que vinha connosco desde a iniciação virava familia... Todos os dias eu pergunto-me qual será a sociedade aonde eu vou deixar as minhas filhinhas??? Enfim... Eu faço a minha parte, ensino-as a amarem e respeitarem o próximo, elas vão a catequese, elas visitam lares de crianças órfãs para deixarem brinquedos, e poderem ver que a vida não é fácil, eu tento dar a elas somente o necessário para cada fase da vida delas... Eu faço a minha parte, o resto eu entrego nas mãos de Deus! Ao meu amigo Atos e a toda familia da Samora, os meus sentimentos de pesar! R.I.P :'(
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