terça-feira, 26 de janeiro de 2010

SAIR DE MIM








Gosto de me sentar nas escadas da frente da minha casa. Dali posso ver, um pouco mais abaixo, o frenesim da cidade, o engarrafamento dos carros na estrada ... mas é óbvio que não é por causa disso que tantas vezes quanto posso, me sento ali ao anoitecer.

Recosto-me numa das paredes, apoio os pés na outra, reclino a cabeça para trás, e sinto a brisa suave acariciar-me o rosto. Adoro o sabor do vento no rosto, os murmúrios distantes que ele traz ... se prestar bastante atenção quase que consigo ouvir.

Então, fecho os olhos. Respiro bem devagar e profundamente. Relaxo. Deixo-me ir.

De súbito, não há mais buzinas, nem cães a ladrar, nem as vozes altas e excitadas dos rapazes de mota que frequentam a roulote da esquina diariamente ...

Sobra apenas o silêncio. E é aí que mergulho em mim mesma, onde me encontro comigo e com a alma do mundo.

Esvazio por completo a minha mente. Impeço qualquer pensamento de se fixar. E permaneço assim durante um tempo que não se conta ... sensação incrível de sintonia com o Todo.

As vezes viajo. Vejo lugares mágicos com luzes encantadas, seres elementais, entre outras figuras que me sorriem e eventualmente vêm ao meu encontro.

Quando regresso e abro os olhos, a rua ainda está movimentada. Carros e mais carros. Transeuntes. O de sempre, a cada dia diferente. Cada um voltando para as suas casas depois de mais um dia de trabalho, ou não. Uns para tomar banho, comer e dormir. Outros quem sabe para fazer o mesmo que eu.

É muito bom proporcionar-me pequenos e valiosos momentos assim. Sozinha comigo mesma, logo, não, nem nunca, sozinha de facto. Eu, particularmente, tenho vários, e eles acontecem de diferentes maneiras. Esta é apenas uma delas. Deviam experimentar. É revigorante e mágico sair de si de vez em quando. Ao voltar, sempre vemos as coisas da maneira certa.

Beijos meus, com amor.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

TERAPIA DO PERDÃO





Quem nunca foi sacaneado por um amigo traíra?
Quem nunca levou uma rasteira de um colega na empresa?
Quem nunca se decepcionou com aquela pessoa em que mais confiava, as vezes até uma amizade da vida toda, daquelas que pensamos serem para sempre, daquela pessoa tão querida, tão confiável, acima de todas as suspeitas? Isso sem falar nas terríveis desilusões amorosas quando eles (as) nos mostram uma capa em vez da face verdadeira?! Nem dos casos em que a amiga «rouba» o marido da amiga, ou vice - versa? E além de todas essas, ainda há as pessoas da própria família ... o tio que falou mal do pai, a cunhada que não engole a preferêcia do sogro pelo neto mais velho, filho da mulher do irmão do marido, as primas que têm inveja umas das outras ... enfim, há de tudo um pouco no que diz respeito a decepções e traições por parte de pesoas que nos são queridas, e algumas são tão graves que torna-se impossível para mim descrevê-las aqui, tamanha a falta de escrúpulos.

Perante tudo isso, a tendência mais natural da nossa condição humana, é, além de nos sentirmos magoados e traídos nessas circunstâncias, e com todo o direito que nos assiste, a de sentir raiva, as vezes até mesmo ódio nos piores casos, pois experimentamos uma dor inenarrável ... alimentar um enorme rancor e ressentimento por quem tanto e tão fundo nos feriu também faz parte da reacção gerada pela acção imposta.

Reparem, tal reacção é absolutamente natural, mas não é a melhor aposta.Nem aquilo que o Universo espera de nós.

Sei que estão a pensar que não é nada fácil ser altruísta em casos delicados e dolorosos como esse. E de facto, não é tarefa fácil. Vão pensar também que existem traições inadmíssiveis, imperdoáveis, e que a pessoa não merece, entre outras alegações.

Digo-vos, têm razão em muita coisa. Creio que somente Jesus Cristo foi capaz de demonstrar tão imensamente esse dom. Porém, o que precisamos, e devemos entender, é que tudo na nossa vida e em torno dela é pura energia. Inclusive os pensamentos, sentimentos e as emoções. Essa energia é algo subtil mas muito poderosa, que exprime-se através do nosso corpo, aura, e da nossa vida.

Precisamos igualmente compreender que o Universo tem uma Lei imutável e infalível. Tudo que vai, volta. Tudo que damos, recebemos em dobro. Tudo que emitimos para o nosso campo energético atrai o semelhante.

Tudo isto significa, tão simplesmente, que o ódio gera ódio, e que o amor gera amor, e assim sucessivamente. Sempre. Não temos como escapar. Portanto, comece agora a fazer a terapia do perdão na sua vida.

Se tem mágoa, raiva, inveja, ressentimento de alguém, com ou sem motivos «válidos», aprenda a arte de perdoar. Em vez de emanar sentimentos negativos por essa pessoa, o que só vai atrair mais e mais das mesmas coisas para si mesmo, tente, mas tente arduamente mesmo, perdoar do fundo do seu coração. Entenda que todos somos diferentes, alguns mais evoluídos espiritualmente do que outros, alguns com menos valores do que outros, mais fracos, mais influenciáveis por ganância, poder, vaidade, luxúria, inveja ... perceba que no fundo essas pessoas são as verdadeiras vítimas por viverem nas trevas, por não saberem que com o mal nada do que consigam pode durar ou permanecer ... perceba que retribuindo o mal com o bem cortará a corrente negativa e a sua vida seguirá adiante e lhe apresentará muitas outras probabilidades de ser feliz.

O ódio não faz mal apenas a alma. Faz mal a pele, a nossa saúde inclusive. Pessoas amargas normalmente são debilitadas e tristes, rabugentas e desagradáveis. Como podem atrair amor, prosperidade, paz de espírito, entre outras grandes bençãos dessa forma? O semelhante só atrai o semelhante.

Agora, podem muito bem perguntar como se faz para diluir essa raiva toda dentro de si? Eu não tenho uma resposta concreta nem pronta para dar. Apenas sei que cultivar o amor dentro do coração é a única solução.

Não pensem que sou santa, que não nascem em mim sentimentos negativos como todos os que descrevi acima. Só que eles não crescem, porque a terra do meu coração é infértil para eles.

Sim, eu fico magoada. Muito. Sim, eu já tive algumas grandes desilusões na vida. Mas eu nunca tive raiva de ninguém, nem ódio, nem nada disso. Não cabem em mim tais sentimentos, costumo dizer. Mas ... perdoar não implica continuar no lodo. Uma coisa é perdoar e outra é continuar perto de quem me fez mal. Eu digo ... vai com Deus, de coração. Vou querer sempre o bem dessas pessoas, e se acaso precisarem de mim algum dia, o que é mais provável que aconteça, eu estarei aqui para estender a minha mão. Mas, não preciso coviver, nem lidar, nem falar ou estar sequer perto delas. A isto chama-se separar o joio do trigo.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

EU ESCOLHI SER FELIZ

Chega de falsidade, ideologias alheias, hipocrisia sem sentido, leis e regras feitas pelos outros ... eu escolhi ser feliz!

Chega também de viver a espera que as coisas aconteçam, de sentar no banquinho a porta de casa enquanto a grande dádiva não chega, de viver no mundo dos sonhos e ser feliz apenas aí ... eu escolhi ser feliz!

Chega de dar satisfações da minha vida, de me conter para não dar aquele beijo na boca, de me conter para não dar show demais no meio da pista, de me impedir de ousar e de arriscar o desconhecido ... eu escolhi ser feliz!

Chega de tristeza, de melancolia, de dias e dias, e noites deprimentes ... chega de esperar que alguém chegue com a minha felicidade nas suas mãos ... eu escolhi ser feliz!

Chega de ser comedida, de pensar demais antes de falar, de dar tudo sem pensar nas consequências e de não dar o bastante com medo das consequências ... chega de pensar em tantas consequências ... eu escolhi ser feliz!

Escolhi ser feliz. Escolhi ser apenas eu. Escolhi ser esta mulher, com defeitos e virtudes, com sonhos e muita esperança, que reage perante a vida, que responde rindo, as vezes sorrindo, as vezes gritando, outras vezes em silêncio ... que ri e chora com igual facilidade ... que carrega o dom do AMOR em si apesar de qualquer eventual destempero ... que brilha porque tem luz própria, energia própria e não se alimenta da energia de ninguém ... que é amada porque ama, porque se doa ... que eventualmente não é tão amada assim por alguns alguéns, mas esses são o resto, e nunca precisei de restos para ser feliz.

Esta sou eu, e eu escolhi ser feliz. Escolhi trilhar o meu próprio caminho. Disse «NÂO» aos sonhos que não me pertencem, às pessoas que não me servem, à tudo que não cabe mais em mim ... escolhi viver para mim mesma, e para uma única pessoa mais, a minha filha, luz da minha vida. Abandonei totalmente tudo que me fazia mal, e abandonarei sem olhar para trás qualquer outra coisa/pessoa que venha a ousar fazer-me o mesmo ... porque eu escolhi ser feliz.

Não quero viver outra vida senão a minha. Não quero ser outra pessoa senão eu mesma.
Sim, tudo isso porque eu escolhi ser feliz AGORA.

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