domingo, 17 de abril de 2011

EM CIMA DO MURO

Hoje vou falar de uma coisa que sempre me incomodou imenso, e que inclusive me fez ( quase ) chegar à conclusão de que a errada era eu.
Porém, há coisas que nascem connosco e que estão de tal modo entranhadas na nossa alma que não podemos simplesmente ignorar, fingir que não somos o que somos e nem nos calar, ou omitir.
O post do blog http://www.carlafarinazzi.com/ mais ou menos sobre o mesmo assunto, hoje, me fez finalmente decidir expressar o que eu sinto.
Tem a ver com a facilidade com que certas pessoas, e por sinal, não tão poucas assim, têm de se equilibrar tranquilamente "em cima do muro" diante de situações que nitidamente requerem um posicionamento, uma escolha.
Eu nunca fui assim. Nunca na vida. Jamais me consegui calar diante de um despautério, muito menos de uma injustiça. Sempre fui do tipo que toma as dores dos outros, em especial se forem pessoas chegadas a mim. Por exemplo, se eu tenho uma amiga que tem determinados defeitos, e mesmo sabendo que ela os tem, não admito que falem mal dela na minha presença. Prefiro me retirar, se for o caso, ou argumentar de algum modo que considere aceitável. Claro que entre quatro paredes, eu e essa tal amiga, é diferente. Digo tudo que penso e aponto os seus erros, sempre no intuito de vê-la melhorar como Ser Humano. Acho que amizade e lealdade é isso. Ficar a ouvir falar mal da sua amiga, mesmo que seja verdade, ou pior, compactuar com o diálogo, não é uma atitude digna. Afinal, uma pessoa tem que se definir. Tem que escolher um lado, inevitavelmente, porque de contrário entramos no campo da hipocrisia, coisa que considero abominável.
Prefiro mil vezes que uma pessoa não olhe sequer para a minha cara, que me vire as costas, que não me dirija a palavra, seja lá quais forem os motivos que tiver, do que aquela outra pessoa que ri, te abraça, e que por trás fala confabula com terceiros a seu respeito pela negativa.
Acho isso uma coisa muito feia, porque a verdade deve prevalecer sempre.
Tudo bem que há casos e casos, situações excepcionais, mas não é disso que falo, e vocês já entenderam. Falo mesmo é daquelas pessoas que por oportunismo, interesse ou má fé, vestem a pele de um amigo quando são na verdade o oposto.
Tenho consciência de que sou um tanto ou quanto radical às vezes, mas para mim amizade implica lealdade, dedicação, devoção. Não existe a meu ver nenhuma outra forma de amizade onde caibam conceitos que se oponham a esses.
Uma coisa é ou não é. Simples assim. É preciso saber analisar e fazer o certo, agir com dignidade e ficar de bem com a própria consciência.
Tem muita gente que acha que um monte de coisas são/estão erradas, quer seja na própria casa, no trabalho, no prédio, no grupo de amigos, mas ninguém toma a iniciativa de agir com a correção de abrir o jogo. Ficam sempre a espera que alguém o faça no seu lugar e enquanto isso vão ficando em cima do tal muro para quando for de fato necessário, penderem para o que for mais vantajoso. Mesmo que não seja o mais justo.
Ai, eu acho isso o fim da picada. Talvez por ser da minha natureza ser muito transparente com as pessoas e dar muito valor à justiça e valores como lealdade, fidelidade, etc, etc, eu simplesmente não consigo, não sei, nem quero aprender a fazer esse tipo de jogos.
E tem mais, acho mesmo uma pena que nem todos sejam assim porque é triste uma pessoa não saber, como acontece tantas vezes, com quem está a lidar ou quem pode realmente contar na vida.
Pronto, falei! Ufa ... parece que tinha isso preso aqui dentro e a pedir para ser despejado. Pois, já foi.

Mil beijos com amor e carinho.

8 comentários:

Rydi disse...

Amiga também detesto pessoas que ficam em cima do muro. Pode acontecer de eu não ter amizade nem com uma nem com outra e não querer me envolver, mas se vc é amiga não pode simplesmente ignorar o compactuar. Eu sou sincera ao extremo e também muito compreensiva,sempre tento entender as pessos e falo o que penso sem dó nem piedade, seja amiga ou não,não falo pra magoar, mas pra abrir os olhos das pessoas, tento falar de um jeito que não magoe.

bjsss

Débora disse...

É isso que é o certo, amiga. Nada de falsidade, jogo duplo, etc.
Uma coisa é a gente não se envolver numa coisa que não nos diga absolutamente respeito e outra bem diferente é ficar de braços cruzados, em cima do muro, assistindo à "guerra" (que direta ou indiretamente tem a ver com a gente) para depois ficar do lado de quem ganhou.

Rosalino disse...

Quando ficamos em cima de um muro sem saber que posição tomar, corremos o risco de sem sabermos como cair.

Difícil muitas vezes tomarmos uma decisão, mormente quando essa decisão pode influenciar um amigo.

A Amizade é um partilha de bons conselhos que nos ajudam na vida em muitas decisões.

Eu acuso-me a mim próprio.
Para tomar uma decisão que possa influenciar um rumo na vida de alguém, dou voltas e voltas, até conseguir um modo mais brando de dizer as coisas.
Por vezes chego a pecar por temporizar a mais.

Mas hoje em dia uma Amizade também faz parte da nossa integridade.
E temos de saber guardar tanto uma como outra.

Mas nunca..... nunca fico em cima do mura á espera que eu caia ou que o muro venha ao chão.

Posso demorar.
Mas tomo sempre uma atitude

Rosalino

Jorge disse...

Como é bom abrir o coração. Como isso faz bem à nossa alma.

Um beijo, Coração!!!

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Angel, amiga. Continue assim, pois nada pior que ficar no "quase" ou em cima do muro. Não se é uma coisa, nem outra. Parabéns e passo a admirá-la ainda mais. Beijos.

Anônimo disse...

Angel querida,

Não poderia deixar de passar aqui para me despedir.
Já vou desligar a internet, pois estou no final dos preparativos para minha mudança.
Ficarei algumas semanas ausentes, por isso lhe desejo uma Páscoa muito abençoada.
Que seja um momento de união e reflexão para todos Nós.
Sentirei muitas Saudades, mas logo estarei de volta....

Um grande beijo em seu coração!!!

Sú ღ Dutra disse...

ameiiiiiiiiiii
vc disse tudo q tava engasgado em mim
rsrsr
obrigadaaaaaaaaaaaaaa

Débora disse...

Sú Dutra, que bom, né? Fico feliz.
Muitas vezes acontece o mesmo comigo, quando a gente lê ou ouve alguma coisa por aí e que parece ser exatamente aquilo que a gente poderia ter dito. Nem mais, nem menos.
Seja bem vinda.
Beijo na alma.
Angel.

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