sexta-feira, 26 de agosto de 2011

AMOR SEM COMPROMISSO


Que me desculpem os mais modernos e liberais, mas EU não consigo conceber o que hoje tanta gente encara com naturalidade, ou seja, a tal da "Relação Aberta".

O que é, afinal de contas, uma relação aberta? Vamos lá analisar a coisa: até onde eu sei trata-se de um relacionamento entre duas (ou se calhar mais pessoas, as vezes) onde uma não deve nada a outra, particularmente fidelidade, lealdade, respeito. Cada um é livre para fazer o que quiser sem culpa, e isso inclui, claro está, "ficar" com outros parceiros. Quem sabe até ter duas, três relações abertas?! 

Algo do tipo, hoje estivemos juntos e foi ótimo, até um dia! Não há romance, nem cuidado, e muito menos sentimentos, pois isso implicaria um telefonema no dia seguinte, uma mensagem bonita, um buquê de rosas, uma dedicatória na Rádio Nacional, e por aí vai ... Sentir saudades também não é exatamente o que acontece entre essas pessoas, e sim vontade de estarem juntas de novo. O que pode vir a acontecer uns dias depois, umas semanitas, ou mesmo 1 mês, 2, 3. Varia conforme a vontade de ambos.

Mas a vontade de ambos é sempre compatível? Eles são dois robôs programados para sentirem a mesma coisa dentro de X tempo? Não creio. Pelo menos, não por enquanto. Acredito que eventualmente um ou outro possa querer repetir a dose mais cedo e tal não ser possível dada a indisponibilidade do "parceiro(a)". Mas nesse caso, nada de reclamar, uma vez que foram aceites os termos que regem a "relação aberta".

Poupem-me ... vão dizer então que está sempre tudo numa nice, numa very well. Sem crise, baby, fica para quando nós dois pudermos! Aff ... treta.

Relação aberta é uma treta. E Amor sem compromisso é quase uma heresia. Esta é apenas a minha humilde opinião de direito. Mas já agora, queria saber ... existe mesmo em algum lugar longínquo que eu totalmente desconheço, o tal amor sem compromisso. Isso existe? E se existe, isso é realmente uma forma de sentimento algures? 

Se a resposta for sim, por favor, elucidem-me e perdoem a minha ignorância, pois AMOR, tal como o aprendi, implica entrega, doação, paixão, intensidade. Implica uma coisa tão forte e óbvia quanto subtil, implica uma vida enroscar-se na outra. Isso é compromisso? É um compromisso natural entre duas almas que se amam livremente, não um compromisso irrevogável similar a uma sentença de prisão perpétua como muitos dos ingénuos crêem. 

É aí mesmo que reside o problema, certo? Cada vez mais o Ser Humano se torna egoísta, individualista, mesquinho, superficial e egocentrista. Tudo isso no fundo é a tradução do medo da entrega, do medo da perda da tão importante liberdade, tal como esse conceito é entendido e interpretado por tais adeptos deste tipo de relação. E o mais insano é que vejo, leio e ouço falar nesse disparate como sendo a coisa mais normal. E aí lembro-me de uma coisa. O conceito de loucura é meio variável, não é? Se todo mundo começar a andar nu pelas ruas, isso provavelmente deixará de ser considerado louco para ser tido garantidamente como normal. Nesse caso, quem não andar nu e for contra, esse sim é que é o louco de pedra.

É como quando falamos da relação aberta. Espero bem que não chegue o dia em que eu e muitos mais seremos considerados "os esquisitos" porque ainda não entendemos, nem queremos entender, como é que a banda toca.

Amigos meus, julgar não é o meu departamento. Mas a minha opinião franca eu posso e devo dar. É muita falta de amor próprio um homem ou uma mulher sujeitar-se às migalhas que o outro estiver disposto a dividir. Mas existem casos em que ambos estão perfeitamente confortáveis na situação, é verdade. Ótimo. Que bom! Mas não me falem de amor. Nem mesmo em relacionamento. Vamos dar nomes aos bois, ok? Falem de sexo e risadas, de bons e passageiros momentos. É só isso que esses "casais" têm. Nada de relacionamento. Nada de amor.

Que pobreza de espírito! Sinto muitíssimo pela franqueza mas é a verdade. Uma vida pautada por interesses profissionais, de ascensão social, económica e financeira. Ou talvez de curtir la dolce vitta. Desfrutar da liberdade de fazer apenas o que dá na telha sem ter chatices emocionais para atrapalhar. Mas ... hellooooooo ... que liberdade é essa? Liberdade para terem os seus atos frívolos desculpados por uma denominação social que inclusive já passou a ser aceite por tantos? Denominação essa cuja ideologia é bastante conveniente para quem não quer saber de ninguém a não ser de si mesmo. 

Se todo mundo tem o direito de viver a vida como quer, já que somos seres dotados de livre arbítrio, então pelo menos que tirem as máscaras e não gastem mais purpurina para enfeitar o que não é bonito. São sim, desprovidos de sentimentos, de emoções verdadeiras.Incapazes de alimentar um sentimento, de doar, partilhar, dividir. São sim, movidos pelo prazer momentâneo, e sim, não estão nem aí para a outra pessoa. Se não quiser, há mais quem queira, não é assim? Afinal, quando o que se exige é tão pouco, o que não faltam são opções no mercado.

Relação aberta ... é uma hipocrisia. Não existe relação simplesmente.

Peço desculpas novamente, sei que posso ferir susceptibilidades, mas meu caro amigo (a), se estiveres numa "relação" dessa natureza por gosto e a outra pessoa também, ótimo! Esse é um problema teu. É a tua vida. E como quem corre por gosto não se cansa ... Mas, se vives esta situação porque acreditas que é só o que te resta, fica a saber que é mesmo apenas esse lixo de relação que mereces, e a terás por toda a tua vida. Sabes porquê? Porque não te amas, nem te dás valor. Porque te diminuis. Porque és tão cego que não consegues ver que podes chutar esse balde e ser feliz de verdade.

Fui dura? Eu sei que fui. Foi de propósito para ver se despertas desse transe e entendes de uma vez por todas que o Amor existe, é lindo e está disponível para ti. Acontece que enquanto estiveres a servir de capacho para outra pessoa, esse Amor ficará exatamente no mesmo lugar a espera do teu despertar. Nós atraímos o que queremos através do nosso pensamento, das nossas crenças, pois então, muda esse padrão vibracional que te envolve porque sempre é tempo de ser feliz. Corre atrás. Atira-te. Paga para ver. Acredita. Acredita. Acredita.

Sê livre para amar de verdade e ser amado (a) com total liberdade. Esse é o único compromisso do amor: AMAR.

Beijo meu, com todo o  meu amor.

Um comentário:

Cris Medeiros disse...

Eu já tive meus relacionamentos abertos, mas na verdade nem gostava tanto do cara assim, porque quando a gente tá mega apaixonada não dá pra abrir nada... rs

No entanto o que percebi é que homem brasileiro não tem cabeça pra relação aberta. Ele quer logo "galinhar" sob o álibi de que é permitido.

Beijocas

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